
Receitas escritas à mão
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Muitas são as vezes em que os utentes se "zangam" ao balcão da farmácia quando lhes dizemos que a receita que trazem não nos permite fazer a comparticipação - desconto da parte do valor que não é paga pelo utente, mas sim pelo Estado e/ou outras entidades - e que vão ter de pagar a totalidade do valor dos medicamentos. E a verdade é que nas farmácias não existe forma de corrigir a situação. Será o doente a ter de resolver esta questão
As receitas escritas pela mão dos médicos, apesar de cada vez mais raras, continuam a existir, uma vez que não existem sistemas informáticos 100% eficazes e infalíveis, e portanto é importante saber verificar se uma receita está passada de forma correcta.

No momento em que lhe entregam uma prescrição escrita à mão confirme que não tem erros. Lembre-se, quando na farmácia nos apercebemos de erros na prescrição, não conseguimos ajudar e não podemos fazer as comparticipações. Ou seja, o utente, naquele momento, terá de pagar o valor total dos medicamentos e, para que a comparticipação lhe seja feita, terá de voltar a pedir nova prescrição.
Nas prescrições electrónicas os erros são menos frequentes do que nas manuais, mas ainda existem. Transmitir toda a informação sobre a medicação que faz e verificar as prescrições é fundamental. O doente/utente/cuidador tem de ter um papel activo e responsável na saúde.
7 pontos fundamentais que deve confirmar na receita:
- Que tem o seu nome ou o nome da pessoa a quem se destina;
- Que tem o número de utente ou beneficiário;
- Que tem a vinheta do médico e a identificação da instituição onde foi passada;
- Que tem a excepção legal assinalada - motivo pelo qual a receita foi passada à mão;
- Que só tem 4 caixas de medicamentos prescritos no total (não mais do que duas do mesmo medicamento ou 4 de medicamentos em dose unitária);
- Que tem a Assinatura do médico (que deverá ser repetida caso seja necessário fazer qualquer correcção/rasura na receita;
- Que tem a data (e que se encontra dentro da validade);
Caso alguma destas coisas falhe, como dito anteriormente, na farmácia não poderão fazer a comparticipação. Poderá, eventualmente, levar os medicamentos, mas pelo valor total. E isto acontece porque as entidades que comparticipam os medicamentos verificam cada receita, devolvendo as que não cumprem as regras estipuladas.
Terá de ser o utente a voltar ao médico para que a receita seja corrigida, para que depois possa voltar а farmácia para que lhe façam a comparticipação. Olhar para a sua receita médica pode ser uma mais-valia e poupar-lhe uma carga de trabalhos!
O tempo de uma consulta médica é precioso e sair das consultas com as questões esclarecidas, prescrições correctas e sem erros é uma responsabilidade de cada um de nós.
Ainda sobre as receitas manuais, julgo que em pouco tempo a expressão "letra de médico" irá desaparecer. Com menos receitas manuais a circular haverá menos prática na leitura das letras dos médicos, que tantas vezes originam erros e dúvidas nas farmácias, o que obrigará a um aperfeiçoamento da caligrafia médica… será?